Criador do McLaren F1 acha que os hipercarros híbridos estão indo na direção errada


Gordon Murray! Não lhe diz nada? Gordon Murray é considerado quase um deus no mundo dos automoveis. Porquê?  Motivos não faltam: ele foi o responsável pelos grandes carros de Fórmula 1, que renderam a Nelson Piquet dois títulos mundiais, participou diretamente dos McLaren MP4/4 e MP4/5, que deram a Ayrton Senna outros dois títulos, e mais tarde deixou a Fórmula 1 para trabalhar naquele que se tornaria o supercarro definitivo: o McLaren F1.
McLaren F1 1994

Sendo assim tão ligado á Mclaren você deve imaginar que ele tenha gostado do sucessor de sua obra-prima, o McLaren P1 certo? Errado. Na verdade ele nem sequer considera o P1 um sucessor digno do seu McLaren F1, aliás Murray afirma que todos os super carros hibridos estão a ir na direcção errada.

Numa entrevista dada aos organizadores do festival de Goodwood.
Murray foi questionado, se achava que o McLaren P1, a La Ferrari e o Porsche 918 representam a evolução natural do McLaren F1. Eis o que ele respondeu:

" Esses carros foram por uma direção completamente diferente do F1. Vejo esses carros mais como um exercício técnico. Não digo que o P1 não seja um bom carro, mas ele está a 180 graus de distância daquilo que o McLaren F1 foi projetado para ser. 
O F1 era um carro puro, uma obra de arte mecânica e também um carro que você pode usar todos os dias. Ele era rápido , mas nunca foi projetado para chegar a 390 km/h. O mais importante é que você poderia levá-lo àté á pista e ainda conseguiria usá-lo nas ruas no dia a dia. Poderíamos ter facilmente dado a ele três ou quatro vezes mais downforce, mas para que servia isso?”

Na verdade Gordon Murray tem uma certa razão, automóveis como McLaren P1, La Ferrari, para um humano comum, será um carro que nunca irá ser explorado na totalidade. Quando se tenta explorar o máximo de um carro desses, existe grande probabilidade de existir um possivel acidente. Ou você é um piloto profissional, ou então dificilmente irá explorar o limite de um hiper carro destes. Na verdade, um KTM X-bow ou um Seven dá para proporcionar as mesmas doses de adrenalina e não custa tanto, ou até um fiat 500 abarth, BMW ou qualquer automovel com tracção traseira.

Quando questionado sobre como seria o Mclaren F1 se ele fosse projetado hoje, Murray apenas disse que nada mudava no F1, apenas lhe acrescentava uns pneus mais modernos, controle de tração e uma caixa de velocidades mais rápida, e voila, seria tão rápido como um La Ferrari. Não esquecer que o F1 foi em 1994.

Mas acha que Murray está enganado?
O McLaren F1 vai de zero a 100 km/h em 3,5 segundos e tem velocidade máxima limitada por corte de injeção aos 386 km/h. Mais velocidades e trocas mais rápidas poderiam reduzir facilmente esse tempo e aumentar significativamente a velocidade máxima. Um pouco de eletrônica para domar o arranque e melhorar a tração ajudaria ainda mais. E não se esqueça que o F1, nem foi projectado para bater record de velocidade máxima, o Veyron atinge muita velocidade máxima, mas quantos radiadores têm? 10 radiadores e alias, o Veyron só ultrapassa o F1 já muito embalado porque o F1 de 1994 continua a ser o carro atmosférico mais rápido do mundo.

Pode ler mais sobre Veyron vs F1 aqui

Para Murray, o grande desafio do futuro é fintar o peso dos carros. O McLaren F1 foi feito com 1.138 kg e 636 cv. O McLaren P1 tem 1.490 kg e 903 cv, o Porsche 918 Spyder tem 1.700 kg e 899 cv, e a LaFerrari pesa 1.255 kg (sem fluidos) e tem 963 cv. A potência aumentou, mas o peso subiu igualmente. Murray acha que os motores não irão evoluir para sempre em termos de potência (se você parar para pensar, ele tem razão) e por isso é essencial contornar os desafios do aumento de peso dos desportivos

Atualmente, Murray está a trabalhar em minicarros urbanos, como  T.25 e o Yamaha Motiv.

"Quero muito fazer mais um supercarro, mas quero fazer só porque existem esses monstros híbridos de uma tonelada e meia . Eu teria parado no F1, mas agora há algo mais a ser provado: que você ainda pode fazer um desportivo excelente com um motor movido à combustão interna e mecanicamente puro.”

"Estou desesperado para produzir o meu desportivo acessível. Há um bom nicho de mercado para ele. Como ele vai ser? Simples, aspirado, leve, tração traseira e bastante rígido e fiavel”

Fonte: http://www.flatout.com.br
adaptação Pt-pt: Ricardo Ramos


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