Type R

Os especialistas dizem ser autênticos carros de corridas, mas que têm a particularidade de poderem ser usados em estrada. Este Blog orgulha-se de lhe mostrar a história de um Símbolo, de um culto. Type R
São motores puros, atmosféricos, criados para agradar aos mais entusiastas, motores puramente rotativos, com um propósito, agradar aos fãs de automóveis. Para isso os têm que ter os ingredientes todos; Dinâmica, eficácia, performance, baixo peso, boa suspensão, boa transmissão e excelente motor.  Juntos os ingredientes, que foram nunca abandonaram a tradição desde 1992.
As origens do Type R, podem ter nascido com uma lenda, o icônico NSX, um dos carros mais revolucionários de sempre, o carro que fez os italianos vergar perante a engenharia nipônica.

No inicio dos anos 90 a Honda reinava na Formula 1, as sucessivas vitórias vinham acontecer. Mas ambiciosos, os Japoneses decidem fazer um automóvel que fosse capaz de bater o Porsche 911 ou qualquer um Ferrari, teria de ser algo espetacular, capaz de deixar o mundo de boca aberta. Os engenheiros colocam mão á obra, e começam o ambicioso e audacioso projecto NSX.
O NSX teria de ser tão bom, que o grande Ayrton Senna foi chamado para experimentar o carro, dando assim preciosas dicas, para afinação do chassis etc.
O resultado foi um carro, sólido, fiavel, e com um motor espetacular com 274 cavalos de potência de um V6, 3.0 litros com 270 km/h de velocidade máxima e capaz de fazer dos 0 aos 100 em 5,9 segundos. Ainda assim comparando números, o NSX ficava abaixo dos seus rivais.


A Honda decide reunir um grupo de engenheiros com experiência na competição, e diz-lhes que teriam de fazer algo melhor do que o que já estava feito, algo mais radical, do que o modelo de produção normal.
Começaram por retirar peso, começando pelos materiais de isolamento acústico pouparam 120kg, a suspensão foi claramente melhorada, para um melhor comportamento dinâmico. Novas jantes foram implementadas, entradas de ar laterais, e um spoiler traseiro claramente leve, os bancos foram melhorados e desta vez eram mesmo desportivos, com volante desportivo MOMO com boa pega, sem airbag claro está, as agulhas do painel de instrumentos eram amarelos. Uma particularidade era que a traseira estava estampado uma letra, a letra R, estava assim criado o primeiro type R da história.
Foram criadas apenas 483 unidades, entre 1992 e 1995, dos 0 aos 100 em 4,8 segundos e era... espetacular e bonito.

Nos anos seguintes a designação Type R, espalhou-se por outros modelos da Honda, criou assim uma legião de fãs, quem o experimentou jamais o esqueceu. Para tristeza desses fãs os Type R, eram muitas vezes descontinuados, surgindo uma ou outra vez numa geração de um determinado modelo. O Civic foi o modelo mais escolhido para representar, mas o Integra também teve esse privilégio. A Honda sempre disse que não se tratava de uma opção de marketing, como acontece com outras marcas europeias. Foi sempre um conceito verdadeiramente purista.

Integra Type R (1996-2000)

O NSX era um carro espetacular mas a sua produção era extremamente cara para a Honda e pouco acessivel ás grandes massas. Para contrarias isso a marca, decide criar um motor 1.8 litros VTEC claro está, com 190 cavalos de potência, montado num Integra, preparado para a dureza da estrada, saiu assim em 1996. O carro estava para Honda como o WRX estava para a Subaru. Red Line ás... 8900 rotações. O sei "grito" era inesquecível, apaixonante, fazias dos 0 aos 100 em 6,5 segundos e 235 km//h de velocidade máxima. Equipados com bancos desportivos Recaro e com um peso de apenas 1120 kg, com ajuda de um diferencial autoblocante, faziam dele um carro apaixonante. Os mais "esquisitos" criticavam a sua aparência, as rodas demasiadas pequenas, os seus faróis davam-lhe um aspecto pouco racing e muito tímido. Em Portugal este modelo nunca foi realmente reconhecido, não por desconhecimento, mas sim por acessibilidade. Hoje em dia por cerca de 10 mil euros, consegue-se adquirir um exemplar, capaz de o fazer explodir de adrenalina. Mesmo com perto de 200 mil quilômetros a fiabilidade está quase sempre garantida.

Accord Type R (1998-2003)
CH1


A Honda decidiu implementar o conceito Type R, no Accord para mostrar que também as pessoas com família, pais, empresários etc, podiam também ter acesso ao seu direito de se divertir ao volante de um automóvel Honda. O motor 2.2 não dispensava o sistema VTEC, com 212 cavalos ás 7200 rpm, era o suficiente para fazer dos 0 aos 100 em 7,2 segundos e com velocidade máxima 230km/h. Apesar de pesar mais 200kg que o Integra, o Accord compensava com mais 400cc. Os bancos continuavam a ser da Recaro, mas desta vez eram mais "sérios" mais sóbrios por assim dizer, afinal era para outro tipo de cliente, mas não deixavam de ser bastante eficiente naquilo que lhe compete, segurar o condutor.
O melhor de tudo era a sua aparência, um visual que lhe dava o rótulo de lobo em pele de cordeiro. Hoje em dia existem poucos exemplares, e os que existem já contém uma quilometragem elevada, que a fiabilidade nipônica assim permite.

Civic Type R (1996-2000)
Ek9


Os type R começavam a ser conhecidos, e para o publico mais jovem amantes do conceito Pocket Rocket a Honda criou o Civic Type R. A Europa conheceu verdadeiramente o Type R através do Civic, modelo que ficou extremamente conhecido no velho continente. O seu motor 1.6 litros, atmosférico e muito rotativo como manda a tradição. Graças ao seu baixo peso (1090kg), o motor gritava até ás 6000 rpm, mas... até ás 9000 ainda tinha vida e que vida... A partir das 6000 dava-se a entrada do que se chamava "ação do variador de fase".  O volante MOMO recebeu desta vez airbag, os bancos continuavam a ser Recaro, o silenciador foi eliminado do escape, fazendo o som deste carro algo viciante, o que agradou claro a fãs incondicionais da competição. O chassis era reforçado em comparação com os restantes civic, assim como a caixa que neste modelo em particular era mais curta. Números: 6,4 segundos e 180 km/h.

Civic Type R (2001-2006)
EPC


Este Civic surpreendeu algumas pessoas, quando a sua aparencia quase de monovolume familiar, pudesse vir a ter a sigla R. Mas a verdade é que a genética da competição estavam presentes. E melhor que isso , foi que este modelo em particular foi quem deu mais reconhecimento, o sucesso foi imenso. Com um motor de 220cv, embora a seletor de velocidades fosse algo estranho no meio da consola a verdade é que este carro, era melhor que o Golf GTI da época. Às 5800 rpm o famoso Vtec entrava em ação, levando a agulha até ás 8200 rpm. Os numeros falavam por sí, 6,4 dos 0 aos 100, e 235km/h apesar de 1200kg.
Os puristas adoraram-nos pelo seu tempero crú, e som ruidoso, apenas a sua direcção de assistencia electrica lhe tirava algum "feeling" . Também pecava por nao ter autoblocante para o puxar para o interiror das curvas. Ainda assim foi considerado por muitos o Type R mais convincente, a Honda vendia o Type R na Europa como paezinhos quentes.

Civic Type R (2007-2010)
FN2


Em 2006 nasceu a nova geração Civic, com um design futurista e mais radical, tinha tudo para continuar com a genética. Mas apesar disso este Civic não era conseguia fazer frente á concorrência no feeling de condução, no que toca ao rendimento, infelizmente também não. A suspensão era menos sofisticada e isso fez com que perdesse alguns pontos.Durou até 2010 e desde ai que esperamos por um novo Type R, que parece estar em fase de protótipo, e desta vez vai ser turbo.
A aparência conquistou mas o feeling de condução decepcionou alguns fãs. O melhor de tudo era os bancos e a sua envolvencia. Esperamos que o próximo Type R, possa trazer melhor suspensão especialmente traseira, e melhor sistema de travagem, visto que esta deformava cedo.

Se gostou deste Post, não perca o próximo!
falaremos sobre o novo Civic Type R 2015.


Fonte: Revista Turbo Abril 2014
Antonio Amorim
Adaptação: Ricardo


Filtros desportivos, trazem rendimento?





Filtros de ar desportivos....
Muito se fala sobre os filtros de rendimento, como muitas vezes são designados. Será que trazem realmente benefícios?


Os filtros de ar são das primeiras coisas, que os amantes do tunning costumam mudar nos primeiros dias que recebem um carro. O seu baixo preço aliado ao facto de trazer ou não uns cavalos extras, faz deles um investimento primordial. Vamos analisar...
Existem vários tipos de filtros, mas os mais populares para automóveis de pequena/média gama são dois tipos:
- Os cónicos
- E os filtros de ar tipo caixa
Filtro de ar cónico



Os filtros de ar cónicos são filtros com um formato tal como o nome indica, com aspecto de um cone, que além de dar um aspecto mais racing quando se abre a tampa do motor, dizem prometer ganhos para o motor, além de se dizer que filtra melhor o ar. Muitos condutores já tiveram inclusive dores de cabeça com as autoridades devido a estes filtros.

Os filtros tipo caixa, são filtros que não  dão tanto nas vistas, normalmente são filtros que ficam alojados na própria caixa do filtro de ar, ou seja mais discretos. Muitos deles são laváveis, ou seja depois de sujo, pode-se lavar e voltar a colocar, sem ter que estar a comprar outro filtro. Isto representa poupar no investimento a médio prazo.

O filtro realmente trás benefícios? dá mais cavalos ao motor?
A resposta é depende. Toda a gente irá dizer que sim. Mas... num motor de pequena cilindrada os ganhos vão ser poucos, no máximo pode dar até 5 cavalos extra, muitas vezes nem dá nada. Mesmo que dê os 5 cavalos extras isso significa que quase não se vai sentir na estrada. Além do mais depende do filtro, se for cónico, pode trazer alguns malefícios ao motor, nomeadamente, o facto de ficar exposto diretamente ao calor do motor faz com que aspire mais ar quente.
Já os filtros de caixa, sempre são mais discretos e fazem o mesmo efeito e como não estão "descobertos" não aspiram diretamente ar quente.
Filtro desportivo, alojado num compartimento especial de modo a não aspirar o ar quente do motor.

Muitos condutores dizem que sentiram melhor resposta em baixa rotações etc. Tudo depende do carro, imagine que o carro já têm alguns anos e claro perdeu alguns cavalos ao longo desse tempo, quando se coloca estes tipo de filtros, aqueles 5 cavalos vão fazer alguma diferença, principalmente se for um automóvel de 8 vavulas em que têm mais força em baixas rotações. Ou seja depende de muita coisa, num diesel por exemplo quase que não se vai sentir a potência extra. E muitas vezes os ganhos são nulos (ver videos abaixo), muitas vezes é apenas efeito placebo.

O que realmente compensa é colocar aliado a um bom filtro de ar, um bom kit de admissão. Convém salientar que mais uma vez depende de carro para carro.



Texto: R.r

Motor grande, mais fiabilidade?





Este Post irá abordar um tema, que ao longo do tempo tem vindo a ser discutido. A fiabilidade está directamente ligada com o tamanho de um motor?
Será que um motor de 6 cilindros 3.0 dura mais, que um 1.2 4 cilindros?

Primeiro ponto: Um motor grande nada diz de sua fiabilidade. Se assim fosse todos os V12 e V8 que se conhecem, seriam um exemplo óptimo de fiabilidade máxima.
A fiabilidade vai depender de como o motor em questão foi construído. Os motores Americanos por exemplo, por norma são fiáveis, são V6 e V8 ou seja grandes motores, mas se formos analisar cada um deles, percebemos que são motores algo simples, comparados com as tecnologias usadas nos motores europeus.

As pessoas costumam dizer que os motores de outrora, anos 80 e 90 eram os mais fiáveis. Quantas vezes não ouvimos a expressão: "Não há motores como os de antigamente, isso é que eram máquinas de guerra" 

Analisando por exemplo o carro que mais provas têm dado no nosso pais, o Mercedes- Benz 190D, taxistas de Lisboa possuem este modelo e muitos deles já têm mais de 1 milhão de quilómetros, sobre o transito intensivo da capital. Seja Verão ou Inverno, eles não param e duram, duram e duram, dai vem o facto de em Portugal os Taxistas só preferirem Mercedes, grande parte dessa influência deve-se ao fiel 190D.

Qual será o seu segredo? - Muitos mecânicos, dizem que o segredo da sua fiabilidade é o seu simples motor, sem turbo, um carro lento que raramente consegue atingir altos regimes de rotações, logo dai vem a sua fiabilidade.
Ou seja a receita seria um motor médio/grande com uma base simples será em principio da receita para a  fiabilidade.

MAS...
No entanto, os pequenos motores japoneses contradizem esta lógica.
Motores Honda por exemplo, 1.6 litros, são muito fiáveis também e o melhor de tudo é que atingem altas rotações, são motores muitas vezes usados no limite e a verdade é que se aguentam.

Ao contrário do que muita gente possa pensar, o motor do 190 era até potente para o seu segmento, na altura, e quando saiu não era de todo um motor simples.

O segredo talvez seja o tempo de concepção do próprio motor, ou seja nos anos 80 um motor para sair para o mercado demorava anos. Faziam-se testes exaustivos, e só saia para o mercado quando estivesse tudo a 100%. Hoje em dia o mercado é outro, os motores saem para venda, no espaço de meses, a concorrência é feroz e o motor vai-se melhorando, corrigindo as possíveis anomalias, já quando está na mão dos clientes.

Um bom exemplo, é o novo Honda Civic type R, que está quase ai a chegar aos mercados. O Type R anda na boca de toda a gente, á uma data de tempo e nunca mais sai para o mercado, testes exaustivos têm sido em diversas pistas. A Honda é assim mesmo, um marca que têm habituado os seus clientes a carros á prova de bala, e para garantir que o seu novo Type R, sai em perfeitas condições, é preciso tempo, dai este tempo todo.

Mas...
Os motores de F1 duram muito pouco tempo, e não parece que sejam mal concebidos.
Ok.. mas os motores de F1 são projectados para a máxima performance, durante um limite de quilómetros.

Então até agora apenas temos a certeza de uma coisa:
Durabilidade e Fiabilidade são conceitos diferentes. Um carro pode ser fiável, mas durar poucos anos, se o seu dono não tiver em atenção a sua manutenção. Por outro lado, um motor pode ser pouco fiável, mas durar longos anos, neste caso o condutor teve sempre cuidado em respeitar os tempos da manutenção e os seus percursos foram maioritariamente em Auto-Estrada, a velocidades de cruzeiro.

Os materiais usados na concepção de um motor, são um aspecto importante.
Alias os motores propriamente ditos nunca foram o problema, não é todos os dias que se houve dizer, que o motor "rebentou", pistões ou bielas partidas. E quando isso acontece, geralmente é porque houve descuido na manutenção da viatura, ou não houve o mínimo de cuidado com o automóvel; puxar pelo motor a frio, regimes elevados de rotações durante muito tempo, são só alguns exemplos de como acabar com a vida de um automóvel.

 Normalmente os problemas, advém sempre de outros componentes, como as centralinas, bombas de agua, bombas de óleo, embraiagem, etc. São componentes com qualidade inferior ao motor em sí, e que muitas vezes, nem foi a marca que os projectou. Mas que vão acabar por afectar a reputação daquela marca ou modelo, em questão.

Um bom exemplo, é o dos BMW com motor M47n2, que equipava os 320d e 120d de 163 cavalos de potência. Estas unidades apresentavam um defeito no turbo, que ao fim de alguns quilómetros acabavam por dar problemas, mas o motor em sí era fiável. O problema do turbo era o seu fabricante, que não era da BMW, mas sim a Mitsubishi.

Muitas vezes um motor até foi bem projectado, só não é fiável porque os materiais de alguns componentes do motor, não são de qualidade. Existem muitos factores que vão incidir sobre o resultado final. Mas sabemos sim, que o tamanho de um motor nada diz de sua fiabilidade. A tendência actual, até é em fazer-se motores cada vez mais pequenos, auxiliados por turbos.

Aquela história de que as marcas, fazem de propósito para que haja avarias, pode muito bem não pegar em algumas circunstâncias. Se assim fosse, suponhamos que uma marca X faria de preposto para que um certo modelo, avariasse. A fama hoje propaga-se muito depressa, e a marca assim acaba por ter uma má reputação a médio prazo, sabemos pois que o que um dos aspectos que nos faz escolher, determinada marca é claro a sua reputação.
Sabia que por exemplo, se 10 pessoas tiverem um carro bom, apenas 3 irão falar bem da fiabilidade do seu carro. Mas se 10 pessoas tiverem um carro mau, 6 pessoas irão aconselha-lo a não escolher aquele veiculo.
Os taxistas continuam a ter carros modernos e a fazer imensos quilómetros, porque? porque sabem como cuidar de um carro - claro que isto não se aplica de uma forma geral.

Algumas dicas: 
- Por isso lembre-se de evitar comprar um carro, logo nos seus primeiros meses desde a data que saiu para o mercado. Se tiver que comprar, compre quando os problemas estejam já corrigidos.
- Não se acredite, apenas numa opinião apenas, tente ler em foruns e procurar outras opiniões, sobre um determinado modelo, a única pessoa que o aconselhou poderá ser uma excepção.
- Tente tratar bem do seu carro e será meio caminho andado para ele tratar bem de sí.

Texto: Ricardo Ramos