BMW 650 GS



Vista pela primeira vez no ano 2000, a 650 GS é uma evolução da BMW 650 Funduro. Uma nova estrutura em aço e um novo motor, a pequena GS, prometia fazer sucesso tanto em estrada como em off road.
A BMW tinha concorrência pesada que na altura eram a Yamaha 660 Tenere e a Honda Africa Twin 750, assim como a Suzuki DR. As Japonesas prometiam fiabilidade, inspiradas nos protótipos do Dakar, faziam as delicias dos aventureiros.
No entanto a marca Bávara, inovou e conseguiu implementar certas tecnologias, que as outras ainda não possuíam. O combustível ficava na parte traseira da moto o tornava a mota mais equilibrada, havia versões com Brembo ABS, punhos aquecidos, suspensão de fácil regulagem, e o mais importante injeção eletrônica, o que baixava imenso os consumos sendo imbatível neste aspecto.
É a  melhor trail de média cilindrada a fazer off road, do inicio dos anos 2000, a sua hegemonia foi apenas ultrapassada pela Tenere 660 que começou a sair em 2009.

Á luz da tecnologia atual, a 650 GS primeiro modelo, é uma mota, com vários argumentos.

O seu design, ou se ama ou se odeia. A BMW fez uma mota que toda a gente conseguisse andar, mesmo as mulheres, sendo que 32% dos compradores eram do sexo feminino, a mota é fácil de pilotar, e facilmente se chega com os pés ao chão, a postura de condução é bastante relaxada e confortável. As suspensões, não eram excepcionais, mas eram competentes nesse aspecto.
A moto consegue circular facilmente no meio do transito e ultrapassar as ruas com buracos com facilidade.


Mais tarde a BMW lança a versão Dakar que se distinguia pelas cores e suspensões de maior curso e roda 21 polegadas a frente em vez de 19.
Ao mesmo tempo que sai a versão Twin Spark, que consistia em possuir duas velas em vez de uma, o resultado traduzia-se em menos emissões e mais eficiente no que toca á poluição.
Apesar de que certos utilizadores, das duas versões não notarem diferenças significativas que justifiquem a versão twin Spark.

O motor: O motor da 650 GS com 50hp, era monocilindro, e desse tipo de motores não se pode esperar grandes velocidades, o motor, foi projetado para baixos consumos, para ser leve e capaz de fazer velocidades de cruzeiro entre 100 a 120km/h apesar da velocidade final ser cerca 175km/h.
A fiabilidade do motor é muito boa. Este motor é ainda o preferido de muitos motociclistas aventureiros do forum ADV rider, que fazem a estrada BAM road ou transiberiana com este motor ainda que noutras versões, nomeadamente a 650 X coutry, por exemplo.
Tanto que a BMW continuou a utilizar o motor durante mais de 10 anos em outras versões mais aprimoradas da 650.

O único problema conhecido, é os retentores da bomba de água, que são de fácil resolução. Os sintomas são uma pequena fuga de liquido refrigerante na zona da bomba de água. Os retentores são de borracha, e ao utilizar liquido de fraca qualidade sem propriedade de lubrificação acaba por desgastar os retentores. Os 2 retentores custam cerca de 20 euros.

Esta mota de motor não dá chatices, a menos que o dono seja muito desleixado, a qualidade BMW está presente mas as coisas mecânicas são passíveis de quebras ou defeitos. É a  própria natureza mecânica! Não vejo problemas pelo motor ser fabricado na Austria  e montada na Alemanha. Hoje em dia até um iPhone é fabricado na China e ninguém reclama! Eu viajaria com ela tranqüilamente até Magadan.
Um  piloto do forum ADVrider, comprou uma com 120.000km e viajou da Austria até Magadan sem qualquer problema. Veja aqui

Nas versões do restyling da 650 GS, existia por vezes o problema dos fios da bomba de gasolina se desligarem ou acabar por se danificar. È uma questão de vigiar o problema ou reforçar as ligações.

A Policia de vários países, utilizaram este modelos durante anos, comprovando a sua fiabilidade




A 650 GS é uma mota capaz de nos levar ao fim do mundo, sem qualquer problema, atravessar rios com relativa facilidade, pois o seu filtro de ar, fica numa posição alta o que impede que a água entre para a admissão.

A 650 Gs apesar da idade, é uma mota que se pode comprar a um bom preço, e que têm todas as tecnologias que as atuais motos têm hoje em dia, com o beneficio de ser uma moto muito boa tanto para iniciantes como para experts.
No entanto a 650 GS pode ter alguns contras, mas é tudo uma questão de habituação ao modelo.

- Na minha opinião, Coisa que eu não gostei:
a primeira mudança e segunda são algo duras o que pode assustar ao principio os pilotos que vêm de uma moto com caixa de velocidade mais macias. Isto pode ser melhorado com mudança de oleo mais "grosso" por exemplo 15w50.

- A mota, têm 2 cartéres, por vezes mecânicos, enchem de oleo até a meio da vareta. Isso faz com que o motor rode com oleo em demasia, e acaba na caixa do filtro de ar, e por vezes acaba por "explodir" o carter superior devido á pressão do óleo. A mota leva 2,3, litros. A medição do oleo, é com motor quente.

- O motor por vezes nos primeiros 2 segundos, depois de vários dias parada, pode parecer que roda em seco sem lubrificação, mas não se assuste, é mesmo assim. Isso depende da qualidade do oleo, normalmente oleos mais finos deixam de fazer.

- Os travões ABS são muito primitivos, principalmente do primeiros modelos R13, dão uma espécie de tranco, sendo bastante incomodativo e intrusivo para quem não está habituado. Sendo obrigado por vezes acionar os 2 travões para imobilizar a moto. No entanto, dá para desligar o ABS num botão.

- Para consultar o nivel do oleo, é preciso o motor estar quente, até ligar a ventoinha, esperar 2 minutos e depois sim, consultar o oleo. A sério BMW?

- Em Auto Estrada, o motor pode parecer curto. A 100km/h vai ás 4000 rpm, com a relação de origem, fazia falta uma 6º velocidade.

- A versão normal, para pessoas altas com mais de 185cm, torna-se pequena de mais. E são necessárias algumas alterações para a tornar mais confortável. A estas pessoas o melhor é procurarem a versão Dakar, sendo esta mais alta.

Em 2006 sai uma série documental intitulada Race to Dakar que segue à participação do actor e entusiasta do motociclista Charley Boorman no Rally Dakar de 2006, de Lisboa a Dakar, a moto que charlie utilizou é uma 650 GS com algumas alterações.




Com tempo passado a BMW abandonou a ideia do motor Rotax Mono cilindrico e concebeu a 650 GS com dois cilindros e 800cc, e com o motor fabricado na China sob supervisão da BMW.
A nova 650 Gs, deixou de ser uma mota mais capacitada para offroad, sendo muito parecida com a sua irmã a 800 GS. Perdendo assim toda o charme da pequena BMW 650 podia proporcionar, deixando sempre saudades a quem já a teve.



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