Fiat Uno Turbo i.e. Quando surge este nome toda a malta que viveu na década de 90 irá chamar-lhe "caixão com rodas".
Eu pessoalmente se o pudesse definir numa palavra seria:
adrenalina, confesso que até metia medo andar naquilo. "
Putos" de agora, claro que dirão;
aquela coisinha era assim tão nervosa? eu conduzia na boa..
Já conduzi vários carros, desde Punto GT, G40, 106 gti, mas o Turbo i.e foi o carro que me fez largar uma ou duas gotinhas de urina. Grande motor, quer dizer o motor não era grande, mas era nervoso, mas pecava na segurança, ou seja motor a mais para o carro que era. Era o tipo de carro que no primeiro quilometro só dava vontade de acelerar e na primeira curva claro está, espatifar aquilo tudo.
Para aquelas pessoas que dizem que o Saxo cup ou 106 rally também são inseguros, apenas digo para não compararem os chassis com o Uno i.e.
O Turbo i.e era um lobo feroz com pele de cordeiro, camuflado no meio do rebanho, tranquilo e discreto á primeira vista. Mas é quando decide despir a pele e assumir o papel de lobo, que ele mostra as garras. Vê-lo sair sobre os demais, tomarem a liderança e imporem o seu respeito, que este tipo de animais sempre inspira, ágeis, velozes, devoradores de quilómetros incansável, sem que para isso se precisem de apresentar de grande aparência física, parecia frágil, mas...
Este é um lobo italiano, com alma e coração de um verdadeiro predador. O objectivo? conseguir elevados níveis de potencia e binário, elevado prazer de condução e de atormentar adversários bem mais corpulentos e gulosos. Por fora o Uno Turbo parecia um carro normal, mas um conhecedor de automóveis ao reparar para o painel, iria perceber rapidamente que algo diferente estava no motor.
O painel extremamente bem desenhado, equilibrado sob o ponto de vista estético, ocupa um lugar em destaque e permite pensar que se esta diante de uma mecânica muito evoluída. Os bancos podiam ser mais envolventes, mas isto sou eu que sou demasiado exigente.
A Fiat mostrou que na Itália sabem como fazer carros, este em particular era mais nervoso que o G40, mais agressivo e mais violento, sendo que o "G" ganhava ao Uno em curva. Claro que o Uno turbo podia ser melhor se tivesse pneus com medida acima. Com uma caixa muito curta, a potência chega perto das 3000 rpm e vai para lá do dobro.
Era mais rápido dos 0-100km/h que um BMW 325i de 94
O espaço interior era o melhor que se podia exigir de um carro tão pequeno, que em percursos mais longos afectava o bem psíquico do condutor. Os barulhos parasitas estavam logo presentes desde a compra do carro, mas mesmo assim a Fiat fez um esforço, e o mkII estava bem melhor que o interior. A sua direcção era algo pesada em comparação com os rivais da época e o eixo traseiro torna o carro desconfortável, por saltitar de mais e ao não colaborar com o eixo da frente em curva, cria algumas limitações em andamentos vivos.
Já na altura trazia discos ventilados á frente, já as rodas de trás tinham uma certa tendência em
blocar, em travagens de emergência, mas a Fiat tinha um anti-skid opcional. Os comandos da caixa, não eram exemplares, pecavam por ser lentos e pouco precisos, apesar da caixa do Fiat ter progredido muito ao que era, mesmo em sonoridade. Com este motor vivo e potente, em trajectos abertos e rápidos era uma delicia, quer em valor absoluto quer em valor relativo.
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1.4l, apenas 8 válvulas e sistema de injecção multiponto, graças à sobrealimentação debitava uns belos 118cv |
Dava para colocar vários donos de carros bem mais caros, numa situação embaraçosa. Era um tempo em que não se olhava para o preço da gasolina (consumia uma média de 8l), não havia radares de velocidade e era quanto dava, até aos 160hm/h era uma bala, mas chegava aos 205. O Turbo ie custava 2400 contos, que são hoje cerca de 12.000 euros, hoje por esse preço compra-se algo amigo do ambiente que demora 24 horas a chegar dos 0 aos 100.
Na verdade naquela altura nenhum hot Rocket era seguro, mas o Uno não era mesmo, só mais tarde com a chegada do Volkswagen Golf GTI MKIII, Clio 16 valvulas é que a segurança começou a estar presente.
Alterações
O Uno Turbo foi muito procurado para fazer alterações, uma das técnicas era
aumentar a pressão do turbo:
http://unoturbo.no.sapo.pt/home.htm
Instalar uma
Dump valve:
http://unoturbo.no.sapo.pt/home.htm
Motorizações:
UNO TURBO i.e. MK II
- Ar condicionado (opcional)
- A.B.S. (opcional)
- Rodas 175/60 R13
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- Motor 1372 cc
- Potencia 118 cv - Binario 16.8 mkg / 3500rpm
- Aceleração 0-100 Kmh 7.7 seg
- Velocidade Max. 204 Kmh
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- Injecção Bosch L-Jetronic 3.1
- Ignição Microplex Med. 604C
- Turbo GARRETT T2
- Pressão de Turbo 0.75 Bar
- Peso: 925 kg
A segunda edição (Março 1992 - Fevereiro 1996) eram muito semelhantes aos primeiros, com a excepção de que a valvula de regulação de boost deixava de ser ajustável(tal como os Europeus), e os bancos eram iguais aos do Nissan Sentra lançados naquela altura, com um padrão axedrezado a preto e cinzento em pele preta.
Ao nível do motor , as welsh plugs(velas) eram mais pequenas que nos modelos mais antigos (uma invenção da Fiat para prevenir a quebra do bloco) e a admissão ao pé da borboleta era mais estreita no exterior.
As letras Turbo i.e na lateral foram modificadas
Todos as Turbinas (era assim que era chamado) saíram da fabrica com pneus Pirelli P4000 175/60 R13 , desde o 1º dia até ao ultimo.
Algumas Turbinas traziam ar-condicionado,outras traziam tecto de abrir semi.electrico.
A turbina mais avançada em termos de equipamento é o Uno Turbo i.e. Mk2 Racing , que tinha ABS(anti-skid),air bag do lado do condutor, e pequenos esguinchadores para as ópticas.
Fiat Uno MKI
Revelado ao mundo em Abril de 1985 ao preço de £6889, o Uno turbo ie foi lançado com um motor de 1299cc turbocomprimido SOHC (derivado dos modelos Strada/128/X1-9)
Este pequeno demónio, teve
sucesso imediato , com maior incidência na Europa. Mas de onde onde veio esta maquina?Quem a criou?
Poucas pessoas sabem que o Fiat Uno Turbo foi
conceptualizado pela ABARTH & Co. e não pela Fiat Spa.
Com 105 cavalos ,o principal objectivo era o de rivalizar com o Peugeot 205 GTI que tinha como performances : 0-100 em 8.3 segundos e velocidade máxima de 125mph ou 200 km/h.
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MKI |
A Fiat queria uma versão do Uno que acelerasse de 0-100km/h abaixo dos 8 segundos e que tivesse uma velocidade de pelo menos 200 km/h.
O que a ABARTH & Co. entregou foi um pouco mais que era esperado,não só porque excedeu os pedidos da Fiat ,mas especialmente porque o motor era altamente
tunavel e avançado para a altura.Nenhum outro construtor podia oferecer um carro que pudesse ser modificado a ponto de melhorar a sua performance até 2 vezes e meia a um custo razoável e continuar ainda muito fiável.
Seguidamente alterou-se o motor para para um com 1301cc (ainda com 105 cavalos) .
Nestes modelos utilizava-se um intercooler para baixar a temperatura na admissão, o radiador de óleo, injecção electrónica , sistemas de ignição entre outros componentes avançados.
O motor põe a sua potência no chão através de uma caixa de raports curtos com transmissões de igual comprimento, reduzindo assim o torque-steer.
Com o restyling do Uno, o modelo turbo recebeu o motor de 1372cc com 118bhp embora só tenha recebido a versão catalizada em 1991.
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Conclusão:
O turbina é talvez o veiculo com mais opiniões divididas de todos da sua geração.
O carro que gerou paixões e ódios.
O ultimo dos carros potentes do povo!
Caixão com rodas!
Potência sem controlo!
Polémicas à parte este pequeno utilitário marcou uma geração...
Estes são os comentários mais ouvidos e lidos pelos fóruns da especialidade.
Toda a gente sabe que o ponto fraco do turbina é mesmo ao nível do chassis e suspensão que de origem são mesmo maus mas apesar dos defeitos, estes poderão ser facilmente resolvidos montando umas jantes e pneus de maiores dimensões e um kit de molas progressivas e rebaixadas (o carro de origem é demasiado alto).
Depois de esta alteração o carro fica completamente diferente , encarando as curvas de outra forma , mas é nesta altura que também outro aspecto que inicialmente parecia bom está agora a revelar-se insuficiente - OS TRAVÕES ! O elevado poder de aceleração que o carro tem é evidenciado nos trajectos mais sinuosos, com o acelera/trava mais frequente, os travões facilmente ficam ao rubro reduzindo em muito o poder de travagem , mas um upgrade de travões também resolvia definitivamente este problema.
As prestações anunciadas para o modelo 1.4 são 7.7seg 0-100 e 204kmh de ponta às 6000 rpm, mas que na práctica se traduzem em arranques na casa dos 8 segundos e velocidades REAIS na ordem de mais de 230 Kmh com consumos a ultrapassar os 14L/100km.
Como em muitos outros carros ...
o conselho a quem conduzir um turbina, é que antes de acelerar com ele a vá explorando aos poucos porque se o acelerar só para mostrar ao amigo do lado, o carro irá responder brutalmente não deixando tempo para corrigir erros de condução em muitos casos !
Opinião Pessoal
Como já disse foi um carro que tive medo de conduzir, era o chamado caixão com rodas, mas considero que o Fiat Uno Turbo foi para mim um dos desportivos mais puros já construído. Hoje em dia, os chamados desportivos têm potência sim, mas se os pilotos de outrora pegassem neles diriam; "sem sal".
Andam bem mas não transmitem a verdadeira emoção de um desportivo, têm demasiadas "
paneleirices" electrónicas.
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Antigamente, para se tirar o partido dos pequenos bólides era necessário "saber conduzir", encontrar os nossos limites e enquadrá-los com os limites dos carros em questão e a conjugação destas premissas permitia retirar o verdadeiro prazer de condução" Hoje os carros conduzem por nós - Inteligent drive da Mercedes Benz por exemplo, ao que muitos acham um máximo eu considero uma ofensa a um petrol head como eu. A condução é cada vez mais limitada e perdeu-se o prazer de condução. Se quisermos realmente saber o que é o prazer de conduzir teremos que comprar um Porsche e mesmo assim não é a mesma coisa.
"Os únicos sentidos que um desportivo actual nos desperta é a visão e a ilusão dos números"
Este foi um texto que me custou algo a escrever, não no verdadeiro sentido da palavra, mas pelo facto de despertar em mim uma enorme nostalgia.. O Fiat Uno Turbo era um carro que apesar dos inúmeros defeitos se aprende a gostar e jamais esquecer!
Texto: Ricardo Ramos
Referências: Algumas informação foi retirada do site: http://unoturbo.no.sapo.pt/home.htm